Origem do Vinho no Brasil



Segundo Carlos Cabral, no seu livro Presença do Vinho no Brasil, a história do vinho no Brasil começa em 1500, época do seu descobrimento. Na esquadra de Pedro Álvares Cabral, além dos estoques de pólvora para as armas, de cordas e velas de panos para trocas eventuais, passando por alimentos, água e demais necessidades para 1.500 homens, o  vinho era um desses bens. 
 
A presença desse néctar era necessária para que, diariamente, os oito frades  e seus assistentes dispusessem da matéria-prima que, ao lado pão, era necessária à celebração da missa a bordo. Além disso, o vinho tinha mais de uma função essencial, pois era tido como alimento que purificava o outro, livrando-os de qualquer pestilências. Naqueles tempos, acreditava-se que o vinho tivesse qualidades anti-sépticas, servindo ainda como medicamento. E devia acender a imaginação também, pois, segundo a marujada, os dois  melhores lugares no navio eram: a despensa, onde ficaram os víveres (vinhos, inclusive) e os aposentos do comandante, que eram mais luxuosos e além, de abrigar os planos de navegação e os tesouros trazidos a bordo, recebiam porções de vinhos generosas.
Os vinhos que vieram na esquadra de Pedro Álvares Cabral foram adquiridos no Alentejo, em uma propriedade próxima a Évora, já na época conhecida como “Pêra Manca”. Duas pedras localizadas na entrada do vinhedo deram esse nome à região, pois uma rocha ficava sobre a outra e em dias de vento forte, uma delas balançava e dava a impressão de ser “pedra manca”. A bebida era armazenada em barris de madeira, geralmente de castanho português, com capacidade máxima de 500 litros, e ficavam estocadas no porão dos navios. Era o local ideal para segurança e conservação, pois o produto ficava protegido da luz e repousava no local mais frio da nau, já que estava externamente submerso.

                       

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